Todo investidor, cedo ou tarde, esbarra na dúvida “renda fixa e renda variável: qual a diferença?”. Entender as características de ambas é essencial para construir uma estratégia de investimento alinhada com seus objetivos financeiros.
Começar pelo básico faz toda a diferença: renda fixa e renda variável não competem entre si; elas se completam e ajudam a organizar o bolso de quem quer sair do zero até quem já tem uma boa grana aplicada.
Neste conteúdo, explicamos os principais pontos sobre renda fixa e renda variável: como funcionam, quais as diferenças e como encaixar no seu planejamento financeiro. Boa leitura!
O que é renda fixa e variável?
Renda fixa e variável são tipos de investimentos financeiros que apresentam características distintas em relação à segurança e à rentabilidade. Confira mais a seguir:
Renda fixa
Renda fixa é um tipo de investimento no qual o retorno é definido no momento da aplicação. No ato da compra do título você já sabe o cálculo dos ganhos e o prazo de resgate. Aqui, a rentabilidade pode vir em três formatos:
- • Prefixada, com taxas já conhecidas, como, por exemplo, 10% ao ano;
- • Pós-fixada, com variação atrelada a um índice de referência, como CDI ou Selic;
- • Híbrida, uma combinação de índice de inflação (IPCA) + taxa fixa (ex.: IPCA + 5% ao ano).
A renda fixa oferece mais previsibilidade dos retornos e menor oscilação quando comparado à renda variável.
Exemplos de renda fixa
- •Títulos públicos, como Tesouro Selic, Tesouro Prefixado, Tesouro IPCA+;
- •CDB, LCI e LCA emitidos por bancos, que contam com proteção do FGC até R$ 250 mil por CPF e instituição;
- •Debêntures, CRI e CRA emitidos por empresas; oferecem rentabilidade maior, mas não possuem cobertura do FGC.
Renda variável
Renda variável é todo investimento cuja rentabilidade não pode ser definida no momento da aplicação. Os preços variam conforme oferta e demanda, desempenho das empresas, indicadores econômicos e expectativas do mercado.
Os ganhos podem vir de diferentes formas, dependendo da estratégia do investidor:
- •Valorização de preço: lucro obtido ao comprar um produto financeiro por um valor e vender mais caro no futuro;
- •Distribuição de proventos: rendimentos pagos pelas empresas, como dividendos, juros sobre capital próprio ou outros pagamentos periódicos;
- •Estratégias de proteção ou alavancagem: uso de aplicações como opções e contratos futuros, recomendados para quem já tem mais experiência.
A renda variável entrega potencial de ganhos mais altos no longo prazo, porém com oscilações mais intensas e risco maior em relação à renda fixa.
Exemplos de renda variável
- •Ações listadas na B3;
- •Fundos Imobiliários (FIIs);
- •ETFs (fundos de índice);
- •BDRs (recibos de ações estrangeiras).
Qual a diferença entre renda fixa e renda variável?
Renda fixa e renda variável diferem principalmente na previsibilidade dos ganhos e no risco envolvido. A seguir, explicamos melhor essas diferenças.
Previsibilidade dos ganhos
A diferença entre renda fixa e renda variável começa na forma como o ganho é calculado.
- •Renda fixa: a regra de remuneração é conhecida no momento da aplicação. Você já consegue estimar o valor de resgate com boa margem de segurança;
- •Renda variável: não existe garantia e nem fórmula pré-definida, o retorno só é conhecido quando você vende ou recebe proventos.
Risco e volatilidade
- •Renda fixa: pouca oscilação, principalmente a curto prazo. Títulos públicos ou CDBs de liquidez diária raramente apresentam grandes variações;
- •Renda variável: pode possuir oscilações acentuadas. Resultados ruins da empresa, mudança de juros ou crise global impactam diretamente no valor das ações, por exemplo.
Liquidez e prazos
- •Renda fixa: há títulos com resgate diário e outros com vencimentos definidos, nos quais o dinheiro fica “preso” até a data final, caso seja resgatado antes, parte do rendimento é perdido;
- •Renda variável: ações e fundos imobiliários, por exemplo, podem ser vendidos a qualquer momento em pregão, mas o preço pode variar conforme o mercado. Embora o prazo seja flexível, o ideal é manter o dinheiro investido por longos períodos para minimizar riscos.
Tributação e custos
- •Renda fixa: a maioria dos títulos está sujeita à tabela regressiva do Imposto de Renda (de 22,5% a 15%). Quanto mais tempo seu dinheiro permanecer aplicado, menor será a alíquota. LCI, LCA e poupança são isentas de IR, mas há IOF caso o resgate ocorra nos primeiros 30 dias. Custos extras podem incluir taxa de custódia e, em algumas instituições, corretagem;
- •Renda variável: o Imposto de Renda é de 15% sobre o ganho de capital para vendas acima de R$20 mil por mês (ações) e 20% em operações de day trade. Também podem ocorrer custos com corretagem, emolumentos e taxas de administração em fundos.
Renda fixa e renda variável: como encaixar no seu planejamento financeiro

No seu planejamento financeiro, a renda fixa pode servir como base para proteger o capital. É a escolha mais indicada para a reserva de emergência, já que exige liquidez diária e baixo risco. Para objetivos de curto e médio prazo, como uma viagem ou a entrada de um imóvel, a previsibilidade da renda fixa também se destaca, ajudando a garantir que o dinheiro esteja disponível no momento certo.
Já a renda variável entra no planejamento com foco em metas de longo prazo, como aposentadoria ou construção de patrimônio. Ela oferece maior potencial de retorno, contribui para a diversificação e crescimento de capital.
Mesmo quem investe em renda variável costuma investir antes parte do patrimônio em renda fixa, para equilibrar o risco e proteger o capital em momentos de instabilidade. Independência financeira começa com o suporte certo. Com a Ademicon, você tem atendimento personalizado e ferramentas sem custo extra.
Como equilibrar renda fixa e variável nos investimentos
Equilibrar renda fixa e renda variável é fundamental para um bom planejamento financeiro, auxiliando a alinhar seus investimentos aos seus objetivos. Para isso, alguns pontos importantes são:
Defina objetivos e prazos
Antes de escolher entre renda fixa e renda variável, defina seus objetivos e quando você vai precisar do dinheiro. Metas de até 2 anos cabem melhor na renda fixa, já sonhos de 5 anos ou mais podem (e devem) incluir uma parcela de renda variável.
Trabalhe com porcentagens
Em vez de pensar “vou colocar R$300 em ações”, decida, por exemplo, “quero investir 20% em renda variável e 80% em renda fixa”. Assim, toda vez que resgatar, você mantém o equilíbrio entre renda fixa e renda variável, mesmo após grandes oscilações de mercado.
Mantenha uma reserva de emergência
A reserva de emergência deve ficar aplicada em renda fixa com liquidez diária, como Tesouro Selic e CDBs. Só depois é válido começar a investir em renda variável. Misturar renda variável e renda fixa pode forçar decisões precipitadas e comprometer seus resultados.
Aporte de forma automática
Agende transferências mensais para os seus investimentos para evitar decisões por impulso e garante constância, fator decisivo para ver resultado em renda fixa e variável.
Utilize ferramentas de controle financeiro
Utilize planilhas ou app de controle financeiro e mantenha saldos, aportes e rentabilidade sempre atualizados. Uma visão completa dos investimentos de renda fixa e renda variável facilita a análise da alocação alinhado ao seu perfil de investidor e evita surpresas indesejadas.
Além disso, tenha um plano escrito com porcentagem de renda variável e renda fixa, limite de perdas, horários de revisão e siga-o independentemente do humor do mercado.
Sua organização começa aqui: planilha financeira gratuita para te ajudar
Cuidado com taxas e tributação
Sempre se atente às taxas envolvidas nos investimentos. Em renda fixa, pode haver cobrança de taxa de custódia, por exemplo. Na renda variável, os principais custos são: corretagem, emolumentos e o IR sobre os ganhos. Valores pequenos também podem impactar o retorno, especialmente em aplicações de curto prazo.
Informe-se em fontes confiáveis
Sites de instituições sérias, relatórios de analistas certificados e plataformas de educação financeira ajudam a entender mais sobre de forma simplificada.
Quer continuar aprendendo sobre os principais temas para um bom planejamento financeiro? Acesse o blog Ademicon!